Equidade de gênero no mercado de trabalho: como valorizar as mulheres

O Dia Internacional da Mulher, comemorado todo dia 8 de março, é uma data marcada por discussões importantes sobre a igualdade e equidade de gênero no mercado de trabalho. E estas discussões são essenciais para melhorarmos o mundo em que vivemos.  

Mas, antes de falarmos o que é possível fazer para valorizar as mulheres no mercado de trabalho, vamos explicar as diferenças entre igualdade e equidade de gênero. 

Qual a diferença entre equidade e igualdade de gênero?

Primeiramente é importante explicar que equidade e igualdade de gênero não são palavras sinônimas. Por definição, a palavra igualdade significa: não se apresentar diferença quantitativa e qualitativa. Ou seja, quando falamos em igualdade de gênero, queremos dizer que não devemos diferenciar o tratamento entre homens e mulheres. 

Por outro lado, equidade é definida como: virtude de quem ou do que (atitude, comportamento, fato etc.) manifesta senso de justiça, imparcialidade, respeito à igualdade de direitos. Em outras palavras, quer dizer que quando estamos falando de equidade de gênero estamos buscando a igualdade, mas levando em consideração a realidade de cada momento e empresa. 

Equidade no mercado de trabalho

É sabido que as mulheres brasileiras dedicam muito mais tempo aos serviços domésticos do que homens. E o que já acontecia antes do cenário de pandemia dos últimos anos, está agora ainda mais intensificado. 

Segundo um levantamento divulgado pelo Google, as mulheres brasileiras ficaram ainda mais expostas durante a pandemia. A participação delas no mercado de trabalho caiu, chegando a 45,8% no terceiro trimestre de 2020. E este foi o nível mais baixo desde 1990, segundo dados recentes divulgados pelo Ipea. 

Ainda de acordo com esses dados, a participação de mulheres no mercado de trabalho decaiu por conta do fechamento de creches e escolas, além da dificuldade de encontrar apoio no cuidado das crianças. No paralelo, o home office não é uma realidade para todas: a modalidade de trabalho remoto ficou restrita às mulheres mais abastadas. Somente 26% dos entrevistados afirmaram que passaram a trabalhar remotamente em função da pandemia, segundo a pesquisa “Visível e Invisível – A vitimização de mulheres no Brasil”, realizada pelo Datafolha.

Analisando essas informações, o Fórum Econômico Mundial afirma que, neste ritmo, as mulheres permanecerão incomparáveis aos homens em termos de remuneração e liderança por pelo menos mais 136 anos. E é justamente isso que não queremos ao falar de igualdade e equidade de gênero no mercado de trabalho. 

O que fazer para começar a mudar a realidade do mercado de trabalho atual? 

Então, agora que entendemos o que está acontecendo no mercado de trabalho atualmente, devemos pensar no que fazer para mudar esta realidade. E só o fato de pensar em como mudar, já é o primeiro passo para começar a mudar. Abrir espaço para mulheres e dar condições de trabalho é o segundo. Assim, equipes de trabalho se tornam mais diversas e capazes de criar produtos e serviços que atendam às necessidades de todas as pessoas. 

Para ser um agente desta mudança, o Google listou ações para trazer mais equidade de gênero no mercado de trabalho e que nós da Performa Web concordamos e acreditamos que podem ser os primeiros passos para esta transformação. Confira: 

• Reconheça o trabalho não remunerado que as mulheres fazem em casa

Como falamos anteriormente, as mulheres dedicam muito mais tempo a afazeres domésticos que homens e reconhecer isso é essencial para mudar pensamentos e costumes. Este abismo entre atribuições ditas femininas e masculinas existe há muitos anos e segue sendo implementado na cabeça de meninas e meninos desde a infância. Segundo o levantamento do Google, garotos brasileiros de 10 a 14 anos passam, em média, 2,7h por semana em atividades domésticas, enquanto as garotas da mesma faixa etária dedicam cerca de 7,6h. 

Com o passar do tempo, além das horas gastas na execução de tarefas, as mulheres também passam a carregar consigo o que chamamos de “carga mental”, por terem que se preocupar por cuidar dos filhos e da casa, além de dedicarem no serviço e terem que mostrar que ‘realmente dão conta’. E acredite, elas dão conta! 

Para cumprir com todas essas responsabilidades, as mulheres que trabalham fora de casa, muitas vezes, têm que se levantar mais cedo para exercer tarefas domésticas ou encontrar tempo para dar conta da casa. Não à toa, os dados indicam que, desde o início da pandemia, aumentaram as consultas relacionadas à simplificação das tarefas domésticas.

Por exemplo, houve um crescimento de mais de 1.500% nas buscas por “delivery hortifruti”. A procura por “robô aspirador de pó” cresceu em mais de 300% e a busca por “lavanderia perto de mim” em mais de 190%. 

Como você pode ser um aliado?

Ouvir, reconhecer e criar ações efetivas é um bom começo para implementar uma cultura de equidade de gênero no mercado de trabalho. Dar espaço de fala para as mulheres e não dá espaço para Mansplaining e Manterrupting (termos utilizados para denominar as vezes em que uma mulher tenta falar e é interrompida ou quando um homem tenta ensinar uma mulher sobre algo que ela tem propriedade) é um excelente passo para implementar isso na sua empresa. 

Pensar se a sua marca está reproduzindo estereótipos sexistas e machistas é um outro passo importante. Os tempos mudaram e a melhor estratégia de comunicação e vendas é ter uma equipe diversa e, principalmente, ouvir e acolher cada uma das pessoas envolvidas. Por exemplo, você pode criar convênios em creches e escolas para mulheres com filhos, horários de trabalho flexíveis e programas de acolhimento. 

• Empodere e valorize as lideranças femininas 

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as mulheres brasileiras ocupam apenas 39,4% dos cargos de gestão no país. E segundo o Google, 95% dos homens são inspirados por líderes masculinos, enquanto 85% das mulheres são inspiradas por líderes masculinos. Em outras palavras, poucas são as inspirações femininas no mercado de trabalho e isso precisa mudar. Estes dados mostram o quanto a desigualdade de gênero e o machismo estrutural está presente em nossa vida. 

Como você pode ser um aliado?

Empoderar e valorizar o talento das mulheres como líderes em sua empresa abre portas para que a equidade de gênero no mercado de trabalho como um todo seja mais real do que é agora. É preciso começar de dentro para fora para que as coisas comecem a acontecer. 

Mas, então, como implantar a equidade de gênero no mercado de trabalho?

Depois de pensar sobre tudo isso, coloque as ações em práticas, coloque-se no lugar da sua mãe, da sua irmã, avó, tia, prima, amiga, colega de trabalho, vizinha, conhecida… Lembre-se de que a luta de cada mulher é individual, mas é uma luta de todas as mulheres da sociedade. As mulheres são fortes, são guerreiras, são protagonistas, são tudo o que elas quiserem ser. Mas, muito além disso, são seres humanos, que querem ter os mesmos direitos, que querem (e precisam) ser respeitadas e que a equidade de gênero no mercado de trabalho é um dos muitos passos para tornar isso realidade.